Stuzzi: virei fã (não deu tempo de entrar no guia, mas o blog está aqui para isso)

Foi ontem o lançamento do Guia do Gosto Carioca, escrito por mim e editado pelo Senac-RJ. Fiquei bastante satisfeito com as conversas que tive com os editores: o livro está bem exposto nas livrarias, vendendo bem e tendo uma ótima receptividade do público.
Gostei bastante do resultado desse meu primeiro livro (mas, de acordo com a minha mãe, seria o segundo: o primeiro, edição única e artesanal, produzi aos sete anos, fazendo textos e ilustrações, talento esse último que não consegui desenvolver ao longo da vida. O tema? A destruição da Floresta Amazônica, a ameaça aos índios, o crescimento das cidade… Tá guarado lá em casa, como uma joia). Chega de digressões. Como dizia, fiquei bastante contente com o guia. Mas não posso deixar de registrar algumas ausências, que se deram por duas razões. A primeira, esquecimento por minha parte, de lugares de que gosto e recomendo, como Alessandro & Frederico, Alvaro’s e Pavelka. Alguns eu sabia que eram ótimos lugares, como o Codorna na Brasa, mas eu jamais tinha visitado, e outros eu não conhecia, como o Bar do Rangel. Alguns restaurantes, relativamente novidades, não tive tempo de conhecer antes de terminar o guia, como o Ambre e o Stuzzi. E é sobre esse último que gostaria de escrever hoje.

O bonito bar da casa, decorado com garrafas de vinho

Estive lá no Stuzzi, no final da Rua Dias Ferreira, no Leblon, pouco antes de viajar para a França, no fim do mês passado. E gostei muito do que vi, bebi e, principalmente, do que comi, porque é isso mesmo o que mais importa em um restaurante. A chef Paula Prandini, pupila de Roland Villard, comprovando que o francês é o maior formador de talentos para as cozinhas cariocas atualmente (Pedro de Artagão também passou por lá), honra o seu sobrenome, montando um cardápio italianíssimo e delicioso.
Ela aposta em porções pequenas, seguindo o mais que bem vindo modismo de menus dedicados a pratos pequenos, para serem divididos à mesa. Os pães e as massas frescas são todas produzidas na casa.
Como estava em grupo, pude provar muitas coisinhas, a melhor maneira de se visitar essa casa. Ficamos no balcão mesmo, vendo o movimento do bar e da rua.

O copinho de grissini: fantástico

Vamos começar com uma tábua de antepasti (R$ 38,90), que traz vários bocadinhos, como patê, queijo de cabra, tomate confitado, peperonata, grana padano, presunto de Parma e a cesta de pães, que tem um adorável grissini. Depois, azeitonas recheadas e delicadamente empanadas (R$ 15), e os arancini, que são aqueles bolinhos feitos com risoto (tem de ragu de carne, de camarão com mascarpone e de presunto com mozzarela de búfula, e podemos pedir porções com os três. O meu preferido? O de ragu. O trio custa R$ 24,70).

Limão siciliano recheado com rilette de salmão: a novidade, um espetáculo

Fiquei apaixonado por um limão siciliano recheado com rilete de salmão, uma das novidades do cardápio (não anotei o preço). Essa, aliás, é uma deliciosa característica: Paula vive lançando novidades no menu.
E vamos dedilhando o cardápio: bruschetta de feijão branco com atum e cebola roxa (R$ 12,50); batata trufada com crispies de Parma e ovo frito (R$ 25,50); sardella com tábua de pães (R$ 19,50), berinjela à parmegiana (R$ 16,50); canolo de burrata (R$ 16); strudel de queijo de cabra com legumes (R$ 14,30)…
Provei uma panelinha de frutos do mar no limão siciliano desnorteante.

Costeletas de cordeiro em crosta de avelã e gnocchi dourado: dupla maravilhosa

E o carré de cordeiro, servido com risoto de cogumelos (ou fettuccine alfredo) está entre os mehores do Rio. E o gnocchi dourado com ricota fresca, tomate e rúcula? Uma coisa de doido, capaz de transformar o humor das pessoas, capaz de fazer alegre uma noite triste.

Os drinques podem ser pedidos em versões diminutas: vale a pena

A carta de drinques é muito boa, e vale a pena investir nas desgustações, com três variedades diferentes. Quase todas as fórmulas levam limão siciliano, fruta que é quase um símbolo do lugar. Há bons martinis, como o de maçã verde e o Anguria, com melancia, Absolut Pepper e Tabasco. Mas o meu preferido mesmo foi o Perfetto Limone, surpreendente mistura de Jack Daniel’s com limoncello, limão siciliano, néctar de maracujá e pimenta. Espetáculo. Também curti bastante o Yamí, com vodca, molho de jaboticaba, graviola e limão siciliano, composição que une Brasil e Itália com escala na Escandinávia.

Barbera d'Asti L'Avvoccata, do Piemonte: boa companhia para os pratos da chef Paula Prandini

Antes de seguir para os vinhos, que tão bem acompanham os pratos delicados, como esse Barbera d’Asti L’Avvoccata (R$128), uma boa pedida é começar com os drinques.
Os doces seguem no mesmo alto nível. O tiramisu é bárbaro: a receita clássica, com mascarpone de verdade, leva um toque de frutas vermelhas, que levanta o moral do conjunto imensamente. Foi a nossa escolha. Mas tem, ainda, mousse de nutella com farofa de avelã e raspas de chocolate, crumble de maçã com amêndoas e creme fresco. Virei fã.

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4 Respostas to “Stuzzi: virei fã (não deu tempo de entrar no guia, mas o blog está aqui para isso)”

  1. Índice de posts de bares e restaurantes na cidade do Rio de Janeiro « Rio de Janeiro a Dezembro Says:

    […] Stuzzi […]

  2. Vitor Barros Says:

    Comentário bacana sobre o Stuzzi, e o mais importante… De quem conhece!!! Vale a pena conferir…

  3. Marcello Baca Says:

    Coisa fina, vale a pena para quem tem bom gosto.

  4. Jeany Duarte Says:

    Um delicia de lugar em todos os sentidos 🙂 Sempre fico no balcão com uma turma, adoro tb!

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