Ontem publiquei no Boa Viagem uma matéria sobre a Região Serrana, tratando basicamente das áreas afetadas pelas chuvas em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, como o Vale do Cuiabá. Passei um fim de semana em cada cidade, começando por Petrópolis, onde me hospedei na Quinta da Paz. Gostei muito do lugar. O hotel fica num platô com vista privilegiada para as montanhas. Tem quartos confortáveis e espaçosos. E um time de funcionários muito simpáticos e eficientes. Mas o que me conquistou, e que me fará sempre lembrar de lá, foi algo que parece bobagem: uma simples torradinha Petrópolis, um clássico da cidade adorado pelos cariocas deve haver cerca de um século.
Acho que todos sabem do que se trata: um pão de forma com massa leve e fofa no estilo brioche é cortado em fatia alta, coisa de dois ou três dedos de espessura e preparado na manteiga, polvilhado de parmesão. Loucura total.
A receita é preparada na hora no café da manhã do hotel, que é ótimo por vários aspectos: é servido numa sala pequena, com linda vista para o jardim com pássaros coloridos e cantarolantes, tem uma boa variedade de pães, frutas, bolos, cereais e frios – e até um espumante para quem quiser abrilhantar a manhã – e tem uma estação na qual são feitos na hora – por uma moça muito simpática – ovos, sanduíches e a tal torrada Petrópolis. Sem contar – detalhe importante – que a louça é toda da cerâmica Luiz Salvador. Pelo conjunto da obra, um despertar sensacional.
Mas, como dizia, foi a tal torradinha que me enfeitiçou. Logo que chegamos para o café de sábado, o melhor dia da semana, a copeira cordial perguntou se queríamos uma torradinha Petrópolis. Estado na cidade, a oferta se torna ainda mais irrecusável. Aceitamos, e ela perguntou se queríamos a versão tradicional ou a “escondidinha”.
Então, ela explicou que essa era a especialidade da casa, feita com um ovo colocado dentro de miolo de pão. É tirada uma tampinha redonda, onde o ovo – caipira, claro – é acomodado. Ele vai endurecendo ali, com o calor. Mas chega à mesa com uma redondora gema mole, que causa aquele efeito fenomenal quando se junta aos carboidratos (pode ser arroz, massa etc).
Essa manhã, que poderia ser banal como quase todas, acabou sendo uma ocasião memorável.
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