O salão tem decoração moderninha, mas clean, sem excessos
O Ambre Cuisine & Bar, em Botafogo, uma das boas novidades de 2011 no Rio de Janeiro, aponta duas tendências no cenário gastronômico carioca. A primeira está exposta no complemento do nome “Cuisine & Bar”: o lugar tem clima de bar moderninho, tipo lounge, mas dedica especial atenção à comida. Esse tipo de lugar está mais que na moda por aqui, e reflete o interesse cada vez maio dos jovens pelos prazeres da boa mesa. O outro apontamento é a transformação de Botafogo (e Humaitá) em um pólo gastronômico variado, mas que tem nos bares desse estilo o carro-chefe. É coisa que começou há cerca de cinco anos, mas se reforçou definitivamente no ano passado, Isso já é não mais uma tendência, é uma realidade. O primeiro foi o Miam Miam, depois veio o Oui Oui, o Meza, o Doiz, o Entretapas e o Irajá, todos em Botafogo, cada qual a seu modo, apostando na combinação de boa comida, servida em pequenas porções (e ainda temos o Syuzzi, a Bottega del Vino, o Brigitte’s, todos na rua Dias Ferreira, no Leblon, outro aglomerado desse tipo de restaurante). Gosto de todos nessa lista. Por isso, hoje em dia, quando penso em sair para jantar, Botafogo é sempre um bairro cogitado. Até porque ainda tem o Alameda, a Cobal, o Yorubá…
Svmma Varietales 2004: elegante corte de Syrah, Petit Verdot e Cabernet Sauvignon
Estive lá recentemente com uma amiga, para bater papo e provar um vinho, um senhor vinho, o espanhol Marquês de Griñon Svmma Varietales 2004, de Valdepusa, uma DO de Pago nos arredores de Toledo, em Castilla-La Mancha: um vinhaço elegante, complexo e gastronômico, importado pela Winebrands (custa R$ 181), mas isso é tema lá para a Enoteca.
Bolinhos de baião de dois: mais uma interpretação de pratos com feijão em forma de croquete
Gostei bastante do cardápio, que tem ingredientes que aprecio, como cordeiro e rabada, em composições interessantes. São receitas aparentemente bastante aconchegantes, várias delas inspiradas em clássicos, como baião-de-dois, moqueca e bife à cavalo. Existe alguma critividade e umas pitadas de ousadia (ravióli de banana-da-terra com camarão?). Para acompanhar o lindo vinho, pedimos umas boas comidinhas. Primeiro, bolinhos de baião de dois com carne-de-sol e molho de pimenta-de-cheiro, seguindo a onda de transformar pratos de feijão em primos dos croquetes. Estava bem gostoso, divertido.
Rolinhos de cordeiro com pesto de queijo de cabra: boa sacada
Junto pedimos rolinhos de cordeiro com pesto de queijo de cabra. Na verdade, essa era para vir antes, porque pedimos primeiro, mas trouxeram tudo junto. Ora, se é um bar de pequenas porções, é melhor que chega uma de cada vez, não é? Essa coisa de vir tudo junto é para quando cada um vai comer um prato. Pois provavelmente o rolinho ficou pronto antes, e ficou lá na cozinha, esperando os bolinhos. Assim, chegou frio à mesa. O recheio estava saborosa á beça, a massa era delicada e tinha boa crocância, mesmo fria, e estava bem sequinha. Porque não foi servido antes? Uma pena. Mas gostei.
Escondidinho de cordeiro com batata baroa e mascarpone: bom, mas gordo
Finalizamos a parte salgada com um escondidinho de cordeiro com batata baroa e mascarpone, que estava bem gostoso, mas podeia ter menos gordura. Todos acompanharam muito bem o vinho, diga-se lá.
Pudim de cupuaçu com coulis de frutas vermeljas e tuille de castanhas: gran finale
Encerramos com um pudim de cupuaçu (amo cupuaçu) com coulis de frutas vermelhas e tuille de castanhas, que estava muito bom e equiliabrado, com boa harmonia entre salgado e o azedinho. Olha que beleza. Em toda a sua simplicidade, foi um gran finale.
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Agora, o cardápio. Clique na imagem para ampliar.
Preciso voltar para provar um monte de coisa: a terrine de queijo de cabra; a bruschetta de filé à cavalo com cebolinha francesa; a bruschetta de rabada; a trilogia de tapioca; a salada de bacalhau; as robatas de porco e de filé; a moqueca de peixe e camarão; o risoto de rabada, o ravióli de banana-da-terra com camarão, o tiradito…
Volveré! Con mucha Ambre.
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