Previsões gastronômicas para 2011: será?

Alho negro chegou com tudo ao Rio: acima, o filé de cherne com molho da iguaria e purê de banana servido no Quadrucci

Depois de estabelecer as gostosas metas a serem cumpridas em 2011, um prognóstico gastronômico para o período.
– O milho vai brilhar: a chef Roberta Sudbrack, depois de explorar os múltiplos sabores e texturas de ingredientes como quiabo, chuchu, maxixe e banana vai dedicar os estudos em 2011 ao milho. A chef, que conquistou todos os prêmios no ano passado certamente vai continuar nos brindando com a sua culinária precisa, criativa e emocional. Ele já ensaiava a utilização deste cereal há algum tempo, como quando criou o uma espécie de purê de milho, tipo pamonha ou curau, servido com ovas e um crocante de banana. E também o ovo caipira em praliné de farinha de milho. Ademais, ela adora servir uma boa broa de milho, mais ainda com queijo da Serra da Canastra. Anota aí: em 2011 o milho vai nos dar muitas alegrias.
– A hora de Felipe Bronze: o chef parece estar em seu melhor momento, comandando o restaurante Oro, no Jardim Botânico. Mais maduro, com técnica mais apurada uma a proposta de dar uma nova cara a receitas e combinações clássicas de ingredientes (como rabada e polenta, porco e maçã), Comi lá maravilhosamente bem, e preciso voltar para ver como estão os novos pratos, como a rabada com polenta e alho negro e os harbúrgeres, e também o sorvete feito à mesa (eses dois últimos não pude provar quando visitei a casa). Anota aí: 2011 vai ser o ano de Felipe Bronze, que ao que parece vai conquistar alguns importantes prêmios logo, logo, como estrela do Guia Quadro Rodas. Merecidamente.
– A popularização do alho negro: o ingrediente nobre, de origem japonesa, é resultado de um longo e complicado processo de amadurecimento que lhe dá a cor escura, dando sabor adocicado e uma textura macia. O ingrediente não chega a ser novidade. No ano passado ele chegou com força ao Brasil, não apenas através de importações, mas pelas mãos de Marisa Ono, uma paulistana descendente de japoneses que passou a produzir o alho negro (custa R$ 100 o quilo). Assim, está virando figurinha fácil nos restaurantes do Rio, como Oro (que já serve uma rabada com polenta e alho negro), Bazzar (a partir da próxima quinta-feira entra em cartaz um filé com alho negro e gratin de pupunha com grana padano) e Quadrucci. Já esteve também no cardápio do Eça, mas parece que por lá não fez muito sucesso, não.
– É tempo de se visitar botecos no subúrbio: com as UPPs, aposto que o carioca, e também os turistas, vão passar a ir mais a verdadeiras entidades da cidade, como o Amendoeira, o Adonis, Bar da Portuguesa, o Cachambeer, o Original do Brás e tantos outros respeitáveis botecos, muitas vezes deixados de lado por medo das pessoas de circularem à noite por bairros como Vila da Penha, Benfica, Maria da Graça. Agora está bem mais tranquilo, e a tendência é que vá melhorando.

Também acho que vai ser:
– O ano da invasão paulista: segundo boatos, uns dez restaurantes de São Paulo, entre os melhores da cidade, estão buscando endereço no Rio. Alex Atala, Due Cuocchi, Kinoshita, Fogo de Chão, Figueira Rubayat, Maní, Piselli (de Juscelino Pereira)… Estão todos de olho no Rio, assim como os grupos hoteleiros internacionais de luxo (o Hyatt já veio, e há um montão de outras bandeiras com planos, como Four Seasons. Seria bárbaro, mas faltam bons terrenos para isso).
– O uso de ingredientes locais e orgânicos vai, enfim, deslanchar no Rio, com muitos produtos vindo de cidades do estado, que estão mostrando competência na produção rural, com resultados cada vez melhores.
– Parece que, enfim, o carioca está aprendendo e gostando de beber vinho branco. Tenho notado que andam faltando rótulos em alguns restaurantes, porque simplesmente acabaram. Também vejo, em número cada vez maior, baldes cheios de gelo com garrafas de vinho branco. Eu apoio totalmente.

P.S. – Quando chegar em casa post umas fotos para ilustrar esse e o o post abaixo.

3 Respostas to “Previsões gastronômicas para 2011: será?”

  1. Cris Beltrão Says:

    Há 5 anos o vinho branco ultrapassou a venda do tinto em taça em todos os nossos restaurantes. Em garrafa a proporção ainda está em 40% brancos 60% tintos. Os brancos são a cara do Rio. Pra mim tem tudo a ver!

    • brunoagostini Says:

      Lembro-me que já falamos disso certa vez. Hoje, vou escrever um post lá na Enoteca, se o rtimo do fechamento permitir.

  2. Cris Beltrão Says:

    ebaaaaaaaa

Deixe um comentário